Fonte: Estadão
Garantir espaço no mercado de trabalho e superar algumas barreiras ainda é um desafio para determinados grupos, como gays, negros, mães, deficientes, e idosos. Plataformas como MaturiJobs, EmpregueAfro, HerForce, Vagas PCD e Contrate uma Mãe trabalham com a seleção de profissionais por nicho, com o intuito de diversificar as vagas nas empresas e ajudar esses grupos a encontrá-las.
Além de intermediar a vaga entre empresa e candidato, algumas dessas plataformas também dão consultoria para corporações que desejam ter a diversidade como pilar da sua cultura organizacional. A HerForce, plataforma criada em 2018 pela catarinense Silaine Stüpp, tem como objetivo inserir mulheres no mercado de trabalho e permite que elas façam avaliações das empresas.
Critérios como representatividade, flexibilidade e desenvolvimento profissional, são o embasamento das avaliações gratuitas e anônimas, também são considerados aspectos importantes para a mulher no trabalho, como benefícios para os filhos e duração das licenças maternidade e paternidade. Como explica Silaine Stüpp:
“Somos um local onde as mulheres podem encontrar um lugar em que possam trabalhar e colocar seu conhecimento em prática sem ter que lidar com o viés inconsciente do machismo e outros atritos. E as empresas podem trazer mais mulheres para os seus processos seletivos, mostrando que valorizam a diversidade de gênero”.
Já na MaturiJobs, criada há quatro anos, o investimento é voltado para incluir e até capacitar profissionais com mais de 50 anos no mercado de trabalho. Atualmente, a plataforma possui mais de 100 mil profissionais cadastrados e realiza processos de conscientização com líderes de organizações antes da contratação desses profissionais, além de palestras, cursos e encontros de networking para os candidatos.
O especialista educação corporativa e recrutador da LEO Learning Brasil, Richard Vasconcelos afirma:
“Não adianta a empresa achar que só com um único perfil no seu quadro de funcionários ela vai ter um bom desempenho.”
Voltada para o segmento étnico-racial, a EmpregueAfro realiza ações de recrutamento, treinamento, e de acordo com a CEO e fundadora da plataforma Patricia Santos, tem o objetivo de:
“Corrigir uma desigualdade que é histórica e prejudica a população negra”.
Com aproximadamente 15 anos no mercado, a organização alinha o perfil que os contratantes querem com os possíveis candidatos antes de encaminhá-los às empresas. Para Patrícia, as corporações têm aumentado a busca por esse público profissional ao perceber sua potência econômica. Ela afirma:
“O fato de sermos 55% da população economicamente ativa, que movimenta R$ 800 bilhões por ano em consumo, nos torna fortes. Quando a empresa investe em diversidade, ela também sabe que isso traz retorno para os negócios e lucratividade.”