Costumo dizer que o Gestor de RH deve saber trabalhar com números, porque as contas vão bater lá na frente!
Manter a sustentabilidade da organização é um desafio que, mais do que nunca, exige boas práticas de gestão e governança, entrar com a ideia de superação, com criatividade, em um momento onde as organizações precisam fazer mais com menos.
Sabemos que neste processo de mudança, toda a situação também trará um custo para as pessoas e para as atividades das organizações, mas também servirá para fortalecer o relacionamento entre os funcionários e a empresa.
Portanto, Recursos Humanos deve ser o construtor de pontes com a gestão de negócio, mirando nos resultados da companhia e participando de decisões em todas as áreas. Deve ser versátil, ter visão sistêmica, deve otimizar os custos e se comunicar bem com toda a organização, apoiando uma gestão alinhada com a nova visão e assumindo posição estratégica para reduzir custos sem prejuízos da produtividade.
Mas a área de Recursos Humanos não pode perder o perfil de prestação de serviços e mesmo que o profissional esteja mais focado no negócio, precisa gostar de lidar com gente!
Para isto, costumo dizer também, que o RH que fala a mesma língua do negócio é aquele que influencia diretamente no resultado, que significa conectar as iniciativas de RH com foco em pessoas aos desafios de curto, médio e longo prazos da empresa.
Portanto, em caso de substituição, caberá ao RH garantir a contratação do melhor profissional disponível para que a empresa alcance as metas por que é missão do RH ajudar a empresa a atingir objetivos através das pessoas.
O Gestor de RH é responsável por traduzir as necessidades da empresa em comportamentos e competências que precisam ser desenvolvidos pelas pessoas que vão executar a estratégia. Deve engajar o time na busca da melhor performance, o que envolve definir as competências de acordo com os requisitos da empresa e ser um termômetro do clima interno.
Sabemos que realizar a transformação e alinhamento entre comportamento e estratégia exige esforço e ações combinadas de desenvolvimento entre processos e pessoas.
Este tipo de envolvimento do RH com as demais áreas da companhia garante maior entendimento sobre o negócio e permite que as ações de treinamento e desenvolvimento sejam coerentes com as necessidades.
Isso vem impactando diretamente no budget da área, já que os resultados passam a ser mais palpáveis. Esta importância se traduz na garantia de verbas mais abundantes, por exemplo para treinamentos, mesmo em tempos de crise.
O grande desafio do RH é conseguir demonstrar que tipo de resultados o investimento de suas ações pode trazer. Desafio, porque o RH lida com muitas variáveis que foram consideradas ate hoje intangíveis.
Não se trata de considerar a área de Recursos Humanos um local de controle, que pressiona as pessoas a entregar cada vez mais resultados. Se trata de garantir que o orçamento destinado a esta área da empresa seja realmente um gerador de resultados robustos que garantam a lucratividade e a felicidade dos profissionais que nela estão.
Esta vontade, e também uma atitude, em algumas empresas tem se tornado palavra de ordem, afinal todo CEO gosta de fazer investimentos com retorno garantido.
Da mesma forma, como na cultura da meritocracia com a conhecida avaliação de desempenho, cabe ao RH abolir a rotulagem dos funcionários pelo que eles fizeram no passado e desenvolver um plano individual que valorize suas habilidades. A palavra de ordem passa a ser o desenvolvimento, não mais o desempenho. Já perceberam o quão custoso esse processo é? A companhia toda para por um mês para processos de avaliação!
Entendo que a chave para um bom processo de medição dos funcionários não é apenas dar feedback na hora certa, mas que cada líder possa ser um coach, alavancado o desempenho.
Obviamente as corporações terão de lutar contra uma cultura interna extremamente arraigada e a discussão passa a ser sobre o nível de maturidade, e se ela está preparada para dar um novo passo, para realmente avaliar pessoas.
Enfim, estudos recentes de consultorias como Boston Consulting Group, Towers Watson e EY comprovam a relação direta entre a capacidade da área de Recursos Humanos e o desempenho da organização. Se a ação do RH é ineficiente, o risco de os negócios derraparem é grande. Se ela vai bem, a empresa respira de forma tranquila.
O Resultado publicado no relatório Creating People Advantage, ouvindo +3500 profissionais de Recursos Humanos e de outros departamentos em +100 países no ano passado, constatou que as organizações que possuem um RH eficiente têm resultado econômico duas vezes maior do que aquelas com uma fraca gestão de pessoas.
A Fundação Instituto de Administração (FIA), da Universidade de São Paulo, vem, ano após ano, cruzando os resultados produzidos pelas melhores e maiores empresas listadas na revista EXAME, no Guia VOCÊ S/A – As Melhores Empresas para Você Trabalhar, com as que não figuram no ranking. As melhores classificadas têm rentabilidade sensivelmente superior em relação às que ficaram de fora da lista. Eles relatam que nas empresas mais rentáveis o RH também é mais eficiente. Eles atendem mais colaboradores por funcionário da área, conquistam melhores índices de retenção de talentos e menores índices de turnover.
Sucesso!